Gerenciamento PT/Pecedobê e Caixa Econômica Federal fazem demagogia com o "Minha casa, minha vida"
De um tempo
pra cá, os movimentos sociais de São Paulo, se organizam em tomadas de prédios
abandonados e travando intensas lutas, porém há também um verdadeiro frenesi
com relação ao novo gerente, que vem se utilizando da popularidade de ter sido
eleito, principalmente por esse público. Cerca de 3 mil pessoas dos movimentos
de luta por moradia, foram até a sede da prefeitura de São Paulo nessa
quarta-feira (17), para exigir do gerente Fernando Haddad que ele cumpra as
promessas feitas em campanha eleitoral. A manifestação contou com famílias e
representantes de todas as regiões do município, convocados pelos movimentos
que formam a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo. Apesar de o gerente
ter descido do seu gabinete e subido no carro de som, para falar aos
manifestantes, muitos ainda afirmaram que:
“Vão continuar com o processo de
negociação, pôs se não tem solução tem ocupação”- disse um dos representante da União dos Movimentos.
Em uma
tentativa desesperada de frear a fúria popular, que vem crescendo em torno da
luta por moradia, o gerenciamento PT/Pecedobê, vem ocupando o espaço na mídia
em horário nobre, o que não é nada barato. Fato é que em São Paulo a maior
cidade do país, com 19 223 897 habitantes e um déficit habitacional
imenso, além de: “O déficit de casas no Brasil ainda continua alto, em torno de 8 milhões
de moradias, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). A maior parte dos trabalhadores sem casa própria – cerca de 90% –
recebem como renda mensal de zero a três salários mínimos. O programa Minha
Casa, Minha Vida (MCMV) – considerado pelos movimentos a principal política do
governo para responder à demanda – ainda é deficitário para eles. Os recursos
disponibilizados são baixos (cerca de R$ 65 mil), os preços dos terrenos são
altos e a relação com o banco é difícil. Articulações políticas do governo com
o Partido Progressista (PP), que não tem tradição na promoção políticas de
moradia e desde 2005 ocupa o Ministério das Cidades, também sinalizam que
muitas lutas ainda deverão se travadas para que as famílias sem-teto tenham o
direito constitucional garantido” – Brasil
de Fato. Pelos acontecimentos, vê-se que o tão propalado e defendido
“Minha casa minha vida”, não passa de falácia e apenas responde com 20% de seus
projetos, destinados para esse público, que, além de não atender as
necessidades do povo, o coloca refém por 25 anos nas mãos da ciranda financeira
e da especulação imobiliária, ainda beneficia diretamente as grandes
empreiteiras, responsáveis pelo patrocínio em campanhas eleitorais.
Alguns
manifestante (André), militante do MDF – Movimento de Defesa do Favelado que
representa cerca de 40 favelas da Zona Leste afirmou que parte do que o
prefeito falou, não é nenhuma novidade, pois são bandeiras históricas do
movimento de luta pela moradia e acrescentou: “A nossa manifestação aqui hoje é pra reivindicar após três meses do
prefeito Haddad é.. a concretização das promessas de campanha... Independente
do tipo de governo, mesmo que ele se julgue democrático popular agente sabe que
a pressão ela vem de todos os lados e a pressão popular é fundamental, pra
quilo que realmente foi prometido se concretize... No nosso caso a urbanização
de favelas... Não que a reurbanização seja motivos pra dar dinheiro a
empreiteiras... Queremos regularizar as terras, que essa terra é uma terra
nossa, onde construímos famílias agente quer morar”.
Outros
movimentos de luta pela moradia começam a denunciar as falcatruas falar sobre o
assunto, principalmente a denunciarem a forma que o gerenciamento achou para
retribuir o dinheiro de campanha. Para Manoel do MMPT – Movimento de Moradia
Para Todos “Esses projetos que estão surgindo, são verdadeiros “Ouro de
tolo”...Essa questão das PPPs, ela parece uma coisa muito boa, mas quando você
vai olhar os projeto, você vê que ela beneficia muito mais as empreiteiras do
que os moradores... isso não é uma política de habitacional, é um projeto de
construção pros privados terem lucros, não é um projeto de habitação.”- afirmou
As mulheres,
também relataram sobre o por que ter um número elevado de mulheres na luta,
segundo Regiane Cristina (36) desempregada, moradora de Pirituba – Zona Oeste
de São Paulo, ela esta na luta por moradia, para garantir um mínimo de conforto
para o seu filho (06), afirma “... atualmente estou desempregada,
justamente por não ter com quem deixar o meu filho, onde eu moro não tenho
muito conhecidos e minha família mora longe... e justamente por isso é que eu
estou nessa luta por uma moradia digna, por que pagamos aluguel e eu preciso
arruma um emprego que de para mim trabalhar e revezar com o meu marido, para
cuidar com o meu filho eu estou procurando para trabalhar a noite...”
Da mesma
forma Adriane F. Carvalho (33) mãe de uma filha (07) fala de suas dificuldades
e da sua luta por moradia: “... eu acredito sim que a mulher é
guerreira, agente tira por tantas mulheres que estão aqui, de 15 até 80 anos,
pela mesma luta, por que o salário aumenta e não é compatível com o que agente
gasta, a inflação tá muito alta, o alimento a moradia subiu muito e agente não
tem como deixar o nosso filho. Acho que o governo deveria criar mais escolas
que passe o dia inteiro a criança, eu tenho uma filha e minha luta com ela e
com meu marido (que trabalha uma noite sim outra não), eu tenho uma tarde que
ele esta em casa pra levar ela pra escola outra não, mas eu acho que a grande
dificuldade da gente é com moradia, pois se agente não pagasse aluguel, agente
poderia ter dinheiro para pagar alguém para ficar com ela”.
Por esses
depoimentos, podemos ver a situação do povo nas grandes metrópoles, que se
espalham por todas as partes da cidade, procurando um local digno para se viver
e que a cada dia cresce a vontade de se levantar para exigir seus direitos
respeitados e que apesar do gerente Haddad, ter se esforçado para ludibriá-los,
eles deixam claro que, vão voltar quantas vezes for necessário, com essas
afirmações Gege representante do MMC – Movimento de Moradia da Cidade: “...
Eu estou muito tranquilo em dizer, sem luta não haverá conquista! Eu estou
muito tranquilo pra dizer, se nós não for pra rua, não vamos vencer!...
deixamos muito bem claro, que o vencer nosso, não é o construir duas casas, o
vencer nosso é uma política de habitação, por que daqui há quatro anos, sai
Haddad e quem entrar vai dar continuidade...”.
Há de se ter
bastante desconfiança, já que há várias promessas de construir casas para o
povo pobre desde o lançamento do PAC1 por Luiz Inácio e agora gerenciado pela
“MÃE do PAC” os programas habitacionais desse gerenciamento e de outros, não
passam disso. Na verdade, como afirmado por alguns: “Esses projetos só visão o
grande lucro para as grandes empreiteiras”. Os moradores do Morro do Bumba em
Niterói, Xerém, Petrópolis no Rio e em todas as periferias das cidades das
grandes cidades, que aumenta vertiginosamente o número de famílias em situação
de rua (vide as moradias improvisadas debaixo de algumas marquises). Por isso
temos de persistir na luta para exigir desse velho Estado uma política de
Habitação realmente, sem fins lucrativos ou sob interesses mesquinhos
eleitoreiros e fonte de riqueza para as grandes construtoras, que exploram seus
operários ao máximo, além de repassarem a execução dos projetos para
terceirizadas, que aliciam e colocam seus operários em situação análoga a
escravidão, como divulgado em noticiários e o jornal A Nova Democracia, a Liga
Operária e o Sindicato Marreta vem denunciando cotidianamente.
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