terça-feira, 30 de abril de 2013

Luta camponesa


Divulgamos nota da Liga dos Camponeses Pobres LCP
Ouvidor Nacional dos latifundiários Gercino e major Ênedy comandam campanha de criminalização da luta pela terra

Jaru, 25 de abril de 2013

Em abril, algumas páginas de notícias na internet veicularam fotos de armas de fogo com a inscrição “LCP”. As matérias eram confusas: o título dizia “GOE apreende armas de fogo emTheobroma”, já o texto falava que a Polícia Civil de Porto Velho prendeu um suspeito de assaltar a agência dos Correios de Alto Paraíso. Ainda constava que o autor da notícia era o major Plínio Cavalcanti, comandante da PM de Jaru. Não, não se trata aqui de uma incompetência do major Plínio no ramo jornalístico. A matéria é confusa de propósito, é para enganar a opinião pública de que a LCP é uma organização criminosa e que as tomadas de terra estão cheias de bandidos. Assim fica justificado toda violência e irregularidades que o velho Estado sempre comete contra quem luta pelo sagrado direito à terra.

Estas matérias da internet são mais uma farsa da polícia que precisa ser esclarecida.

A LCP é uma organização camponesa que luta pelo sagrado direito à terra para quem nela vive e trabalha. Devido a isto, o latifúndio sempre nos odiou e enviou seus capangas, particulares e da polícia, pra nos perseguir duramente. Certamente, esta marcação nas armas foi feita pelos próprios policiais, mais uma armação para nos incriminar.

Desde fevereiro, o 7º Batalhão da Polícia Militar (de Ariquemes), comandado pelo major Ênedy, está realizando uma grande operação em Theobroma e região com o objetivo declarado de combater bandidos e cumprir mandados de reintegração de posse. Este objetivo em si já é um disparate! Como se o aumento da criminalidade fosse culpa das novas tomadas de terra.

Desde julho de 2012, 7 tomadas de terra ocorreram na região de Jaru, reunindo mais de 500 famílias, a maioria de camponeses pobres. O delegado Salomão de Matos disse que descobriu durante investigações que a maioria das famílias acampadas não era pobre. Mas que investigação? Nenhum camponês nos relatou que alguém apareceu no acampamento para perguntar de onde vieram e por que foram acampar. Ninguém foi conhecer as famílias que sobreviviam com a alimentação coletiva do acampamento e que depois do despejo tiveram que pedir a sitiantes vizinhos um lugar pra ficar, pois não tinham pra onde ir. Ninguém visitou as dezenas de crianças que ficaram sem estudar.

Não podemos esquecer que o major Plínio tem um professor bastante qualificado na criminalização da luta pela terra: o major Ênedy, velho perseguidor da LCP. Sua última mentira foi dita numa reunião com camponeses em Monte Negro, em abril: “Todos querem paz e viver bem, a PM está aqui para dar segurança desde o doutor ao mais humilde e pobre cidadão.” Piada!

O mesmo disse o Ouvidor de latifundiários Gercino da Silva no último dia 25, em Porto Velho: “Doa a quem doer, quem cometer ilegalidade vai sofrer as consequências.” Mais uma ameaça aos camponeses, pois ele deu esta declaração durante reunião da Comissão de Combate à Violência no Campo, onde não deu uma só palavra sobre os crimes da polícia: intimidação, espancamento, tortura, ameaças de morte, queima de barracos e atuação junto de pistoleiros! Nenhuma palavra sobre a justiça que esquece das leis de defesa da vida e de uso social da terra e expede ordens de despejo e prisão de líderes camponeses na maior rapidez! Nenhuma palavra sobre o abandono da reforma agrária por parte do Incra! Mas, para Gercino, isto não é ilegalidade...

Vejam alguns dos fatos criminosos desta campanha de criminalização da luta pela terra, denunciados por camponeses de várias áreas da região de Jaru:

1. Em novembro de 2012, três pistoleiros armados foram presos pela PM com 1 espingarda de dois canos calibre 12, 1 carabina calibre 38 e 2 revólveres calibre 38, mas foram liberados pouco depois. Assim como o ex prefeito de Porto Velho que roubou milhões e não ficou nem 1 dia na cadeia. Por outro lado, camponeses estão presos sob a acusação de liderarem tomadas de terra. É assim que os 3 poderes do velho Estado governam o Brasil: atentar contra a vida de pessoas não é crime, mas quem luta por um pedaço de terra para viver com dignidade e contribuir para o desenvolvimento da região e nação é humilhado, perseguido, ameaçado de morte, preso, torturado e assassinado.

2. No dia 08 de abril, a polícia prendeu Maicon Gonçalo José Sabino, acusado de um assassinato. Soubemos que depois que ele já estava preso, foi tão espancado que ficou dias sem andar direito e até hoje está surdo de um dos ouvidos.

3. Durante semanas, policiais da PM e do GOE, fortemente armados realizaram blitz nas estradas, parando os moradores, muitas vezes de forma muito agressiva e mesmo na frente de crianças. Os policiais perguntavam se a pessoa era do movimento, como se a LCP e outras organizações sociais fossem entidades criminosas. Um camponês relatou que chegou a ser espancado por policiais numa destas blitz. Estas blitz criminosas diminuíram após o ato público que realizamos em Jaru, no dia 9 de abril onde denunciamos a campanha de criminalização.

4. No dia 25 de fevereiro, o acampamento Bom Futuro foi despejado. Policiais ameaçaram uma senhora de 82 anos só porque seu lote faz divisa com o acampamento e sem pedir permissão passaram por seu lote. Também arrombaram o cadeado da porteira de outro proprietário vizinho. Camponeses relataram que viram 4 pistoleiros fortemente armados, que ajudaram a polícia a derrubar os barracos com uma pá carregadeira e atear fogo. Os camponeses denunciaram que eles estavam armados, mas a polícia não fez nada. Depois os camponeses ficaram acampados num lote vizinho, com autorização do proprietário. No dia 6 de abril de 2013, 4 viaturas do GOE foram até o local, não encontraram ninguém e colocaram fogo nos barracos, com todos pertences das famílias dentro.

5. Os camponeses do acampamento Zé Porfírio foram despejados e levados pra delegacia de Jaru, onde foram tratados como bandidos e coagidos durante os depoimentos. O delegado de Jaru ameaçou de morte um dos líderes do acampamento. Após o despejo, policiais do GOE retornaram para a área e ficaram esperando a chegada do latifundiário Oswaldo Nicoletti para pessoalmente ajudar a derrubar e queimar os barracos dos camponeses. Um trabalhador ouviu um policial dizer: “Bem que podia aparecer uns 3 sem terra para a gente cortar na bala.” Camponeses também denunciaram que em abril, quando policiais foram cumprir vários mandados de prisão ameaçaram: “Vamos pegar eles vivos ou mortos.”

6. Um senhor de idade e dois menores do acampamento Fortaleza foram presos pela polícia e mesmo rendidos sofreram um interrogatório com vários suplícios para delatarem os líderes. Os policiais espancaram os camponeses e ameaçaram com um punhal, colocaram eles na viatura, jogaram gás de pimenta e fecharam todas portas e janelas. Um dos camponeses passou mal. Os policiais levaram-nos para o hospital, não sem antes ameaçá-los caso contassem ao médico as agressões. Mesmo assim, um dos camponeses denunciou ao médico, que falou aos policiais: "Vocês fizeram coisa errada". Mas o laudo médico ficou com os policiais.

7. Camponeses relataram que pistoleiros armados abordavam quem passasse na linha C-45 e eles suspeitassem ser acampado. Exigiam documento e ameaçavam: "Os acampados serão tocados na bala". De noite, os pistoleiros iluminavam o acampamento e atiravam pra cima, para aterrorizar as famílias. Alguns cartuchos foram recolhidos pelos camponeses. Camponeses reconheceram alguns dos pistoleiros e suspeitam que eles são coordenados pelo PM André e por Chicão, genro e filho da Sra. Rosa, respectivamente.

8. O Procurador do Ministério Público de Jaru, Sr. Adilson, tem atacado as ocupações de terra alegando a preservação do meio ambiente, mas não diz uma palavra sobre os desmatamentos cometidos pelos latifundiários, inclusive os que se dizem proprietários das terras ocupadas. Em público, o procurador Adilson disse que uma pessoa conhecida como Jacamim era líder camponês e no dia seguinte, elementos atiraram para o alto na frente da residência do Jacamim. Não podemos esquecer que Adilson foi policial militar em Corumbiara e participou do hediondo massacre de Santa Elina!

9. Ao final do ato em homenagem aocompanheiro Renato, no dia 9 de abril, em Jaru, uma professora que saía do local do ato foi ameaçada por um policial militar em uma viatura. Ele parou ao lado do carro da professora e com o dedo em riste disse: “Aguardem!”

10. Camponeses de toda Rondônia estão reclamando de abordagens agressivas da polícia, multando e apreendendo motos na menor irregularidade. Afinal, repressão policial e arrecadação de impostos é o resumo das funções do velho Estado para o povo.

Terrorismo de Estado

Não é por acaso que Rondônia ultrapassou o Pará em número de mortes no campo, o que não ocorria há 25 anos. Concordamos com nossos companheiros da CPT que qualificaram as violências contra camponeses de “terrorismo de Estado”.

Devemos unir todos camponeses, operários e demais trabalhadores da cidade, estudantes, professores e outros intelectuais honestos, pequenos e médios proprietários, pequenos e médios comerciantes, democratas e pessoas de bem, para combater mais esta campanha odiosa contra a luta pela terra e para defender a Revolução Agrária.

Lutar pela terra não é crime!
Conquistar a terra, destruir o latifúndio!
Terra pra quem nela vive e trabalha!
Viva a Revolução Agrária!

LCP – Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e Amazônia Ocidental

sábado, 27 de abril de 2013

Professores

SP - professores da rede estadual de ensino,
 votaram contra os 8,1% e aprovaram a
continuidade da greve pelos 36,74%

Mais de 20 mil professores, tomaram a Av. Paulista e o vão livre do MASP (Museu de Arte de São Paulo) nessa sexta-feira 26/04, e votaram pela continuidade da greve que teve início no dia 22. A manifestação teve início no auditório da Rede Gazeta e foi para o vão livre do MASP e de lá saiu em passeata, parando os dois sentidos da Av. Paulista, o sentido centro da Av. da Consolação e Av. São Luiz, até a Praça da República. Uma ponta da passeata já estava na Igreja da Consolação e a outra ainda se encontrava saindo da Av. Paulista, mesmo assim os monopólios dos meios de comunicação encistem em afirmar que havia de 3 a 5 mil manifestantes.

Os professores acharam um absurdo e um desrespeito com a categoria o aumento proposto pelo gerente Alckmin de 8,1%. A categoria luta pela reposição das perdas e ganho real nos salários 36,74%, além de melhorias nas condições de trabalho e uma carga horária compatível para que se cumpra o que é previsto na lei nacional, 33% da jornada de trabalho dos professores seja para a preparação de aulas e formação continuada.

Houve a participação massiva da categoria de todo o estado de São Paulo, as cidades do interior, enviou seus representantes e em muitas delas houve assembleias e manifestações, mostrando a determinação da categoria em ir à luta. Os professores reivindicam a equiparação entre o professor “O” e o professor “F”, já que é um absurdo os professores ”O”, não terem os mesmos direitos, além de ficarem sem o pagamento durante o período de férias e terem restrições ao atendimento no Hospital do Servidor e do IAMSPE (Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual). Para agravar ainda mais a situação, a discriminação dos professores da categoria “O”, estão sendo ameaçados de serem demitidos sumariamente se participarem da greve, muitos professores, já encaminharam os seus protocolos nas secretarias e estão dispostos a ficarem até o fim do movimento.

Para ter uma pequena avaliação do que é ser um professor “O”, ele exerce sua função de professor, mas não são reconhecidos os direitos de um professor, ou seja, trabalha como se fosse um trabalhador terceirizado, que também esta virando uma febre no funcionalismo em várias repartições. Diante a essa grave situação, cabe a todos que lutam por uma educação mais digna, de qualidade e pública gratuita, apoiarem a luta dos professores, pois com certeza essa luta é de todos e sabemos que: “Entre o quadro negro e o estudante, esta o professor e por isso, melhorar as condições de trabalho do professor, não é favor. É obrigação!”.


Manifestantes tiraram Bebel do sério e outros pedem o fim da perseguição ao Tonhão e os professores demitidos em 2000:


Perseguida por sua arrogância e falta de carisma para com os professores e acusada de manipular as assembleias, para favorecer a sua representação, Bebel presidenta da APEOESP, foi vaiada por um grupo de manifestantes, que puxaram palavras de ordem para que ela descesse do carro de som, como ela não tem  jogo de cintura e com um total descontrole, passou parte da assembleia respondendo ao grupo que a ponto de na frente da Secretaria Estadual de Ensino, na Praça da República, querer se cacifar dizendo bem alto “Eu não estou aqui imposta, eu fui eleita e vou ficar até 2014 e vocês devem respeitar a categoria que votou em mim”, em seguida pediu vaia aos seus opositores, o que foi abafado pelos seus esbravejo no carro de som.

O Comitê de Luta Contra a Opressão Social e Política ao Proletariado, distribuiu um manifesto, no qual exigia o fim das perseguições aos professores demitidos durante a greve de 2000 na gestão Mário Covas e exigiram o direito de aposentadoria e reintegração de todos os perseguidos. Dentre os professores demitidos e perseguidos esta o companheiro professor Antônio Justino (TONHÃO). Tonhão é um conhecido militante nas lutas da categoria e que teve um grande papel na construção da Apeoesp, além de ter sido o professor que mostrou ao gerente Covas, que não se brinca com a categoria.

De lá pra cá Tonhão, Cleosmire, Marcos e Claudinho passaram a serem execrados e a Apeoesp se quer tem uma posição mais clara sobre o assunto. Por isso, faz-se necessário a luta em defesa desses companheiros que sempre estiveram na linha de frente da categoria.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Sem casa de SP



Gerenciamento PT/Pecedobê e Caixa Econômica Federal fazem demagogia com o "Minha casa, minha vida"
    
De um tempo pra cá, os movimentos sociais de São Paulo, se organizam em tomadas de prédios abandonados e travando intensas lutas, porém há também um verdadeiro frenesi com relação ao novo gerente, que vem se utilizando da popularidade de ter sido eleito, principalmente por esse público. Cerca de 3 mil pessoas dos movimentos de luta por moradia, foram até a sede da prefeitura de São Paulo nessa quarta-feira (17), para exigir do gerente Fernando Haddad que ele cumpra as promessas feitas em campanha eleitoral. A manifestação contou com famílias e representantes de todas as regiões do município, convocados pelos movimentos que formam a União dos Movimentos de Moradia de São Paulo. Apesar de o gerente ter descido do seu gabinete e subido no carro de som, para falar aos manifestantes, muitos ainda afirmaram que: “Vão continuar com o processo de negociação, pôs se não tem solução tem ocupação”- disse  um dos representante da União dos Movimentos.
Em uma tentativa desesperada de frear a fúria popular, que vem crescendo em torno da luta por moradia, o gerenciamento PT/Pecedobê, vem ocupando o espaço na mídia em horário nobre, o que não é nada barato. Fato é que em São Paulo a maior cidade do país, com 19 223 897 habitantes e um déficit habitacional imenso, além de: “O déficit de casas no Brasil ainda continua alto, em torno de 8 milhões de moradias, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A maior parte dos trabalhadores sem casa própria – cerca de 90% – recebem como renda mensal de zero a três salários mínimos. O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) – considerado pelos movimentos a principal política do governo para responder à demanda – ainda é deficitário para eles. Os recursos disponibilizados são baixos (cerca de R$ 65 mil), os preços dos terrenos são altos e a relação com o banco é difícil. Articulações políticas do governo com o Partido Progressista (PP), que não tem tradição na promoção políticas de moradia e desde 2005 ocupa o Ministério das Cidades, também sinalizam que muitas lutas ainda deverão se travadas para que as famílias sem-teto tenham o direito constitucional garantido” Brasil de Fato. Pelos acontecimentos, vê-se que o tão propalado e defendido “Minha casa minha vida”, não passa de falácia e apenas responde com 20% de seus projetos, destinados para esse público, que, além de não atender as necessidades do povo, o coloca refém por 25 anos nas mãos da ciranda financeira e da especulação imobiliária, ainda beneficia diretamente as grandes empreiteiras, responsáveis pelo patrocínio em campanhas eleitorais.
Alguns manifestante (André), militante do MDF – Movimento de Defesa do Favelado que representa cerca de 40 favelas da Zona Leste afirmou que parte do que o prefeito falou, não é nenhuma novidade, pois são bandeiras históricas do movimento de luta pela moradia e acrescentou: “A nossa manifestação aqui hoje é pra reivindicar após três meses do prefeito Haddad é.. a concretização das promessas de campanha... Independente do tipo de governo, mesmo que ele se julgue democrático popular agente sabe que a pressão ela vem de todos os lados e a pressão popular é fundamental, pra quilo que realmente foi prometido se concretize... No nosso caso a urbanização de favelas... Não que a reurbanização seja motivos pra dar dinheiro a empreiteiras... Queremos regularizar as terras, que essa terra é uma terra nossa, onde construímos famílias agente quer morar”.
Outros movimentos de luta pela moradia começam a denunciar as falcatruas falar sobre o assunto, principalmente a denunciarem a forma que o gerenciamento achou para retribuir o dinheiro de campanha. Para Manoel do MMPT – Movimento de Moradia Para Todos “Esses projetos que estão surgindo, são verdadeiros “Ouro de tolo”...Essa questão das PPPs, ela parece uma coisa muito boa, mas quando você vai olhar os projeto, você vê que ela beneficia muito mais as empreiteiras do que os moradores... isso não é uma política de habitacional, é um projeto de construção pros privados terem lucros, não é um projeto de habitação.”-  afirmou
As mulheres, também relataram sobre o por que ter um número elevado de mulheres na luta, segundo Regiane Cristina (36) desempregada, moradora de Pirituba – Zona Oeste de São Paulo, ela esta na luta por moradia, para garantir um mínimo de conforto para o seu filho (06), afirma “... atualmente estou desempregada, justamente por não ter com quem deixar o meu filho, onde eu moro não tenho muito conhecidos e minha família mora longe... e justamente por isso é que eu estou nessa luta por uma moradia digna, por que pagamos aluguel e eu preciso arruma um emprego que de para mim trabalhar e revezar com o meu marido, para cuidar com o meu filho eu estou procurando para trabalhar a noite...”
Da mesma forma Adriane F. Carvalho (33) mãe de uma filha (07) fala de suas dificuldades e da sua luta por moradia: “... eu acredito sim que a mulher é guerreira, agente tira por tantas mulheres que estão aqui, de 15 até 80 anos, pela mesma luta, por que o salário aumenta e não é compatível com o que agente gasta, a inflação tá muito alta, o alimento a moradia subiu muito e agente não tem como deixar o nosso filho. Acho que o governo deveria criar mais escolas que passe o dia inteiro a criança, eu tenho uma filha e minha luta com ela e com meu marido (que trabalha uma noite sim outra não), eu tenho uma tarde que ele esta em casa pra levar ela pra escola outra não, mas eu acho que a grande dificuldade da gente é com moradia, pois se agente não pagasse aluguel, agente poderia ter dinheiro para pagar alguém para ficar com ela”.
Por esses depoimentos, podemos ver a situação do povo nas grandes metrópoles, que se espalham por todas as partes da cidade, procurando um local digno para se viver e que a cada dia cresce a vontade de se levantar para exigir seus direitos respeitados e que apesar do gerente Haddad, ter se esforçado para ludibriá-los, eles deixam claro que, vão voltar quantas vezes for necessário, com essas afirmações Gege representante do MMC – Movimento de Moradia da Cidade: “... Eu estou muito tranquilo em dizer, sem luta não haverá conquista! Eu estou muito tranquilo pra dizer, se nós não for pra rua, não vamos vencer!... deixamos muito bem claro, que o vencer nosso, não é o construir duas casas, o vencer nosso é uma política de habitação, por que daqui há quatro anos, sai Haddad e quem entrar vai dar continuidade...”.
Há de se ter bastante desconfiança, já que há várias promessas de construir casas para o povo pobre desde o lançamento do PAC1 por Luiz Inácio e agora gerenciado pela “MÃE do PAC” os programas habitacionais desse gerenciamento e de outros, não passam disso. Na verdade, como afirmado por alguns: “Esses projetos só visão o grande lucro para as grandes empreiteiras”. Os moradores do Morro do Bumba em Niterói, Xerém, Petrópolis no Rio e em todas as periferias das cidades das grandes cidades, que aumenta vertiginosamente o número de famílias em situação de rua (vide as moradias improvisadas debaixo de algumas marquises). Por isso temos de persistir na luta para exigir desse velho Estado uma política de Habitação realmente, sem fins lucrativos ou sob interesses mesquinhos eleitoreiros e fonte de riqueza para as grandes construtoras, que exploram seus operários ao máximo, além de repassarem a execução dos projetos para terceirizadas, que aliciam e colocam seus operários em situação análoga a escravidão, como divulgado em noticiários e o jornal A Nova Democracia, a Liga Operária e o Sindicato Marreta vem denunciando cotidianamente.


domingo, 21 de abril de 2013

Homenagem aos lutadores do povo

26 de Abril, Viva os 14 anos da Vila Bandeira Vermelha!
Este vídeo tem a finalidade de resgatar uma luta travada em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais, onde 200 famílias de sem-teto organizados pelo LPM - Luta Popular pela Moradia e o MCL - Movimento das Comissões de Lutas, ambos sem nenhuma ilusão com o podre e nefasto jogo eleitoreiro. Eles tomaram uma área no bairro Bandeirinhas, entraram no terreno às 00h05m do dia 15 de Março de 1999 e desde então passaram a exercerem o PODER naquele pedaço de chão.

Em nenhum dos mais de 30 ofícios protocolados na prefeitura, obtiveram uma resposta do prefeito Jésus de Mário Lima (PT), apenas os covardes ataques dos monopólios da imprensa, que a todos os momentos noticiavam, que naquele pedaço de chão estavam pessoas tentando atrair o prefeito para uma armadilha e executa-lo. Prova maior disso foi a orquestração do covarde ataque, tramado em um hotel cinco estrelas o Ouro Minas, em um flat que custou R$48 mil dos cofres públicos, que o a camarilha do PT/Pecedobê e outros lacaios pagaram para realizarem reunião com o comando do BME – Batalhão de Missões Especiais da PMMG.

Um dia antes do ataque (25/04), muitos relataram que o major Lucas, responsável pela operação, andou visitando as igrejas evangélicas, pedindo para os fiéis orarem por ele e sua tropa, que os mesmos teriam uma difícil missão pela frente: EXPUSAR O DEMÔNIO DE BETIM. Assim ele se referia a ação que covardemente comandou no alvorecer do dia 26 de Abril de 1999. Mas com bastante garra e determinação, essas famílias opôs uma feroz resistência e mesmo perdendo dois valorosos companheiros, impuseram uma grande derrota a um aparato de 600 policiais, dois tratores, helicóptero e um forte armamento das tropas, com metralhadoras, escopetas, bombas e etc.. Por isso o dia 26 de Abril ficou marcado em Betim e em boa parte do país, pois aqueles que lutam realmente pela libertação do nosso povo viram naquela luta, um grande exemplo de que o povo pode tudo.
Viva a Heroica Resistencia dos sem – casas de Betim!
Honra e glória aos heróis do povo!  
Companheiro Elder!Presente!                                       
 Companheiro Erionídes! Presente!
  No próximo dia 26 de Abril, completar-se-a 14 anos de uma batalha que ainda não terminou:

Montagem feita com as imagens de Elder e Erionídes, a foto das casas prontas e as famílias no dia do combate erguendo o sangue  derramados dos companheiros, durante o periodo de enfrentamento que durou das cerca de 12 horas


Quando balas calam lutadores,
A Poesia Arma-se e fala por eles
(Reflexões Sobre um Governo Popular)

"A terra dada não se abre a boca"
(João Cabral de Mello Neto)

Deitados eternamente
Em berço esplendido
A salvos do sol, da chuva
Os agora, com - tetos de Betim

Encontram-se, em fim
O sonho almejado
Não é nada nobre,
Pois gente pobre
Tem sonho pequeno:

Madeira Simples, terra boa,
Sete palmos a medida

As autoridades nada sabem
Nem o prefeito, nem a polícia

Mas brota uma semente
Regada com lágrimas
Dos amigos
e parentes

Carone 

Fez esse poema em homenagem aos dois sem – teto de Betim MG, que foram  vítimas da brutalidade desse velho Estado, sob a batuta da dita Frente Popular de Betim (PT, Pecedobê entre outros)

São Paulo, 20 de Abril de 2013
Foto das casas entregues às famílias em Dezembro de 2001, depois de muita luta e organização