“Eu voltarei… e serei milhões!”
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Por D. Aroeira
No célebre romance histórico de Howard Fast, “Spartacus”, há uma cena
que em muito se assemelha ao momento político por que passa o país. O
líder do exército revolucionário de escravos que abalou as bases do
império romano envia uma carta ao Senado:
“No começo dos tempos, todos os homens eram iguais e viviam em
paz, repartindo entre si o que possuíam. Mas agora existem duas espécies
de homens, o senhor e o escravo. Somos, porém, mais numerosos que vós.
Tudo que existe de bom na humanidade nos pertence”.

É evidente que há uma enorme diferença entre o grandioso império
romano e o gerenciamento oportunista do estado semicolonial tupiniquim,
mas, no fundamental, trata-se do mesmo fenômeno. Imperadores, facínoras e
populistas de toda espécie agem da mesma forma quando acuados pela ira
das massas rebeladas. Dilma Rousseff não será a primeira nem a ultima
representante das classes dominantes a arvorar superioridade,
estabilidade e progresso no momento em que seu governo desaba como um
castelo de cartas.
E nem mesmo o Papa Francisco poderia contornar minimamente a
situação, fez o que estava ao seu alcance: condenou a ganância dos ricos
e a penúria dos pobres enquanto gastava milhões do tesouro público com
sua enfadonha presença. O pontífice pôde ao menos fazer algum comprimo
com as massas, mesmo que em nome de Deus e para depois da morte, os
governantes semicoloniais, nem isso.
Aqueles que dizem representar o povo, quando tentam realizar qualquer
medida, por mais demagógica que seja, esbarram sempre na
impossibilidade de “governar para todos”. Não é possível a eles
agradarem gregos e troianos e todas as vezes que são obrigados a fazerem
uma opção, atendem, invariavelmente, aos interesses do capital.

Apesar de todo o discurso triunfalista do gerenciamento oportunista
está mais do que claro a falência do seu populismo rasteiro. A política
do pão e circo se esgotou e agora só lhes resta incrementar a repressão,
ampliar e aprofundar o fascismo. Mas onde há opressão, há resistência e
povo é prodigo em forjar seus próprios e verdadeiros heróis. Teremos
tantos Spartacus quantos forem necessários e não faltarão soldados para
o seu exército!