segunda-feira, 29 de julho de 2013

Do blog do AND

“Eu voltarei… e serei milhões!”

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Por D. Aroeira


No célebre romance histórico de Howard Fast, “Spartacus”, há uma cena que em muito se assemelha ao momento político por que passa o país. O líder do exército revolucionário de escravos que abalou as bases do império romano envia uma carta ao Senado:
“No começo dos tempos, todos os homens eram iguais e viviam em paz, repartindo entre si o que possuíam. Mas agora existem duas espécies de homens, o senhor e o escravo. Somos, porém, mais numerosos que vós. Tudo que existe de bom na humanidade nos pertence”.
O desespero dos escravocratas romanos ao ouvirem à carta de Spartacus se assemelha ao dos políticos brasileiros. O mesmo sentimento invadiu o peito de Dilma Rousseff quando foi vaiada por sessenta mil pessoas na abertura da Copa das Confederações, tanto que não teve sequer coragem de comparecer à final do megaevento no Maracanã.
É evidente que há uma enorme diferença entre o grandioso império romano e o gerenciamento oportunista do estado semicolonial tupiniquim, mas, no fundamental, trata-se do mesmo fenômeno. Imperadores, facínoras e populistas de toda espécie agem da mesma forma quando acuados pela ira das massas rebeladas. Dilma Rousseff não será a primeira nem a ultima representante das classes dominantes a arvorar superioridade, estabilidade e progresso no momento em que seu governo desaba como um castelo de cartas.
E nem mesmo o Papa Francisco poderia contornar minimamente a situação, fez o que estava ao seu alcance: condenou a ganância dos ricos e a penúria dos pobres enquanto gastava milhões do tesouro público com sua enfadonha presença. O pontífice pôde ao menos fazer algum comprimo com as massas, mesmo que em nome de Deus e para depois da morte, os governantes semicoloniais, nem isso.
Aqueles que dizem representar o povo, quando tentam realizar qualquer medida, por mais demagógica que seja, esbarram sempre na impossibilidade de “governar para todos”. Não é possível a eles agradarem gregos e troianos e todas as vezes que são obrigados a fazerem uma opção, atendem, invariavelmente, aos interesses do capital.
Dados divulgados recentemente pela revista eletrônica Carta Maior são esclarecedores nesse sentido. O Brasil gasta com juros sobre a divida pública o equivalente a treze vezes o que será investido até 2014 no programa “Mais Médicos” e dez vezes o custo anual da “Bolsa Família”. A banqueirada embolsa anualmente, somente com a divida pública, cinco por cento do PIB, cerca de 200 bilhões de reais.
Apesar de todo o discurso triunfalista do gerenciamento oportunista está mais do que claro a falência do seu populismo rasteiro. A política do pão e circo se esgotou e agora só lhes resta incrementar a repressão, ampliar e aprofundar o fascismo. Mas onde há opressão, há resistência e povo é prodigo em forjar seus próprios e verdadeiros heróis. Teremos tantos Spartacus quantos forem necessários e não faltarão soldados  para o seu exército!

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