Nessa última quinta-feira, 22 de novembro, 16 horas, na Praça
7 no centro de Belo Horizonte. Foi realizada uma manifestação convocada pela
Frente Revolucionária de Defesa de Direitos do Povo. Estavam presentes diversas
organizações classistas e populares: Federação das Entidades Árabes do
Brasil-Fearab-Brasil, Centro de Estudos Islâmicos, Sociedade Islâmica de Minas
Gerais, Instituto Helena Greco de Direitos Humanos, Frente Independente pela
Memória, Verdade e Justiça, Liga Operária, Movimento Feminino Popular-MFP,
Movimento Estudantil Popular Revolucionário-MEPR, Movimento Marxista 5 de
Maio-MM5, Sindicato dos Trabalhadores da Construção-Marreta, Liga dos
Camponeses Pobres-LCP, Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, Liga
Estratégica Revolucionária-LERQI, Movimento Classista dos Trabalhadores em
Educação-MOCLATE, Ocupação Camilo Torres, Forum Permanente de Solidariedade às
Ocupações, Associação Cultural Jose Marti de Minas Gerais, Juventude do PT,
PSTU, PCO.
Cenas das destruições e mortes causados pelos bombardeios de
Israel na Faixa de Gaza, foram mostrados através de uma televisão colocada no
local do ato. Cenas de crianças feridas gravemente, mortas calcinadas por
bombas, ataques aéreos em áreas residenciais, centenas de pessoas cavando
escombros buscando salvar as vítimas, recolhendo corpos de famílias inteiras
exterminadas. Depoimentos de crianças palestinas emocionam ao relatar o
extermínio de suas famílias e ao mesmo tempo afirmar : “Que mais eles
podem fazer conosco? Mataram minha mãe, meu pai, meus irmãos, na minha frente.
Destruíram nossa casa. Mas não vamos sair daqui. Eles podem voltar quantas
vezes quiserem que vão nos encontrar aqui. Somos inquebrantáveis. Não
vamos sair da nossa terra.”
Os participantes da manifestação se revezaram ao microfone
denunciando os bombardeios do exército sionista-fascista de Israel sobre a
Faixa de Gaza, a partir do último dia 14 de novembro e o martírio de centenas
de civis, na maioria crianças e mulheres.
Os ataques militares sobre a região iniciaram com o
assassinato do comandante militar do Hamas, Ahmed Jaabari pelas forças
fascistas sionistas. O Hamas é um partido político que historicamente compõe as
forças de resistência palestinas e há anos governa a Faixa de Gaza, eleito pela
esmagadora maioria da população.
Os manifestantes repudiaram a inaceitável ocupação do
território palestino pelos sionistas, desde 1948, após a criação pela ONU do
Estado fantoche de Israel. Afirmaram que este verdadeiro atropelo histórico que
expulsou milhares de famílias de seu território pátrio, é um dos mais
monstruosos engendros do imperialismo ianque (Estados Unidos) em sua estratégia
de dominar e manter o povo árabe sob seu controle, apossar de suas riquezas,
principalmente o petróleo, e fincar bases militares nesta estratégica região do
globo (ligação e passagem do ocidente ao oriente) para seu domínio mundial. As
constantes invasões, incursões militares e sistemáticos massacres contra a
população palestina e árabe de forma geral pelo Estado de Israel, são um
objetivo permanente do imperialismo ianque para assegurar sua dominação na
região.
Acima de toda a ignomínia da ocupação sionista e dos
criminosos ataques que exterminam milhares de palestinos, os manifestantes
saudaram de maneira vigorosa, o exemplo desse povo em sua heroica resistência.

Os representantes das organizações árabes, presentes ao ato,
convocaram os participantes e todos os que passavam pela praça, a conhecer a
história verdadeira do povo palestino, acusando o monopólio da comunicação de
desinformar e de deformar a verdade, a serviço dos interesses do imperialismo
ianque. Marcelo Ferreira, da Fearab falou longamente sobre a história da
ocupação sionista da Palestina e acusou a imprensa oficial brasileira,
capitaneada e pautada pela Globo de impedir a divulgação dos fatos reais, das
causas e dos resultados dos bombardeios criminosos.
Representantes dos camponeses pobres do Brasil e da luta por
tomada de terrenos nas cidades compararam a situação dos pobres em nosso país à
situação do povo palestino, com a criminalização de sua justa luta por terra e
o assassinato de camponeses e operários.
Informaram à população que assistia ao ato que o povo
palestino resiste e se arma para enfrentar a força descomunal do exército
fascista de Israel que é financiado por Estados Unidos e transformado hoje em
segunda força nuclear no planeta. Conclamaram o povo mineiro a se manifestar
contra essa ação do imperialismo que é contra o povo palestino e contra os
povos de todo o mundo. As fronteiras são construídas pelos Estados, com seus
interesses econômicos e bélicos, já o povo, as classes oprimidas em toda parte
do globo são uma só, com um só interesse, libertar-se do jugo imperialista e
construir uma sociedade sem exploração de classe e sem opressão.
Ao final do ato de repúdio a Israel/EUA, e apoio ao povo
palestino, os manifestantes se juntaram no passeio da praça e queimaram as
bandeiras de Israel e de Estados Unidos, ao som das palavras de ordem: “Fora de
Gaza, Israel fascista”, “Israel sionista, sanguinário e fascista”, “Morte ao
imperialismo”, “Juventude Palestina, sua luta continua na América Latina”.
O ato foi encerrado pelo representante do Centro de Estudos
Islâmicos, Alan Mansur, que voltou a dizer aos participantes da importância
daquele ato para o reforço da resistência palestina e para o conhecimento do
povo brasileiro sobre a verdade do que ocorre em seu território ocupado por
Israel.