Quando
o lixo
vira luxo?
Em mais uma prova de que o povo
brasileiro, esta sendo obrigado a se virar para ganhar honestamente sua vida
com dignidade, o que vem ficando cada vez mais difícil – exemplo disso são os
constantes ataques aos camelôs em todos os grandes centros urbanos, como no Rio
de Janeiro e São Paulo, onde os gerenciamentos de plantão criaram métodos de
reprimir e intimidar quem se atrever. Agora é a vez dos catadores de papel e
produtos recicláveis.
Na manhã dessa quarta-feira 18 de Dezembro, um grupo
de catadores, foi violentamente
impedido de trabalhar em um Lixão
- situado no bairro de Dom
Antônio Barbosa – Campo Grande MS, gerando uma grande revolta e um combativo protesto e de enfrentamento
contra a ação da tropa de choque da Polícia Militar, cavalaria e da Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais – (Cigcoe). O aparato repressor chegou ao local, mostrando toda
a sua determinação para impedir que os catadores entrassem no terreno para
trabalhar, utilizando-se de: bombas de efeito moral, cães, bombas de gás
lacrimogênio, tiros de balas borrachas e claro toda a costumeira truculência
com que trata o povo pobre. O enfrentamento quando os trabalhadores tentavam impedir
a entrada de dois caminhões da CG Solurb, empresa que venceu licitação
bilionária e agora é responsável pela coleta de lixo.
Durante a combativa e justa resistência de
cerca de mais de 100 catadores, com paus e pedras, contra a tropa de choque
que contava com um efetivo de 53 policiais, a Polícia Rodoviária Federal teve
de interromper o trânsito em parte do Anel Rodoviário, equipes do Samu e do
Corpo de bombeiro foram para o local, para socorrerem os feridos no conflito. “De acordo com a Defensoria Pública, foram presos Rodrigo Leão Marques, conhecido
como Carioca; Éder Cirilo; José Welmar; e Flávio Juninho de Morais. José foi
ferido no queixo e Flávio, no pé. A assessora da Defensoria, a jornalista Carla
Gavilan, caiu durante a confusão e se machucou. A defensora Olga Lemos Cardoso
de Marco recolheu as balas de borracha e disse que vai processar a empresa CG
Solurb por dano moral e tortura. De acordo com Olga, os policiais disseram que
levariam os feridos para a farmácia, mas o destino foi o camburão. Uma
ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) está em frente ao
lixão. Os bombeiros entraram no local.”
Os manifestantes
ainda apedrejaram um caminhão da Solurb – Empresa que “ganhou” a licitação para
explorar a coleta seletiva de lixo por 25 anos – através do CG-Solurb, que
transformará o Lixão em um aterro sanitário. Os catadores não aceitam a
imposição do gerente municipal Nelson Trad Filho (PMDB) também conhecido
como Nelsinho Trad assessorado
por: PRB, PR, PDT, PP, PSB, PSDB, DEM, PV, PTN, PRP, PTC, PSC, PTdoB,
PRTB, PTB, PHS, PSDC, PCB e PPS para gerenciar por duas vezes Campo Grande. O
gerenciamento Nelsinho Trad e Cia querem na verdade usufruir do beneficiamento
e da coleta seletiva do lixo - que antes não tinham valor e todos que
trabalhavam nesse ramo era marginalizado, hoje, vem tomando forma com as ditas
Cooperativas, que carregam em suas bagagens, sempre um apadrinhamento político
e exclui os verdadeiros catadores, para beneficiar Ong’s e espertalhões, ou
seja, o lixo virou luxo, por isso atacam o povo com todo o aparato repressivo,
inclusive administrativo.
Relatos de muitos catadores, que afirmam
apenas terem como fonte de renda a dura labuta e que já estão ha mais duas
décadas - desde o início sobrevivendo. Os mais de 200 catadores sobrevivem do lixão que esta
para ser desativado, por isso não aceitam deixarem o local e ir para a Usina de
Triagem de Resíduos (UTR), além do mais a Cooperativa nem esta terminada, o que
leva a crer, que muitos não terão como sobreviver. O major Adilson Macedo afirmou que “a
polícia interveio porque os catadores não poderiam ter impedido a entrada dos
caminhões”. Como se os catadores fossem atender passivamente serem
jogados pra fora de um lugar que é a garantia de suas sobrevivências. Já na
reunião promovida em frente ao Lixão no dia anterior aconteceu uma reunião que
contou com a participação de mais de 100 catadores e teve a presença do
superintendente executivo da Solurb, Élcio Terra, eles deixaram claro o
descontentamento diante da proposta de desativar o Lixão.
Após às 10h da manhã o lixão foi
fechado. Sérgio de Sousa - vice-presidente da cooperativa dos catadores, disse “que
não é contra o fechamento da área, mas disse que o acordo era a desativação do
lixão só quando a Usina de Triagem de Resíduos (UTR) estivesse funcionando,
pois seria lá que os catadores iriam trabalhar”.
A Defensora Pública Olga
Lemos Cardoso de Marco disse
que vai exigir danos morais e que irá entrar com um pedido para que o consórcio
CG-Solurb, pague os dias parados dos catadores e cobrou providencias imediatas.
Já o Superintendente da Solurb Élcio Terra, disse que necessitaria da
compreençao dos catadores e um prazo de dois dias para cadastrar e fazer com
que eles se adequem a Cooperativa, o que é de se duvidar, pois se em apenas
dois dias, eles podem fazer funcionar a UTR, porque a PM foi chamada para
retira-los do terreno?
Essa ação contra os catadores é
mais uma prova da falência desse Estado Burguês-latifundiário, que esta
decadente e por isso se utiliza sempre do aparato repressivo e o que nos aponta
só uma saída a LUTAR!!! Pois sem luta, vamos ficar a mercê de todo seu descaso.
A luta dos catadores de Campo Grande é parte integrante da luta do povo, por
sua libertação do jugo dos exploradores e nós do Protesto Popular nos
solidarizamos a eles e conclamamos todo o apoio possível.
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