quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Resistência popular

Quando o lixo
 vira luxo?
Em mais uma prova de que o povo brasileiro, esta sendo obrigado a se virar para ganhar honestamente sua vida com dignidade, o que vem ficando cada vez mais difícil – exemplo disso são os constantes ataques aos camelôs em todos os grandes centros urbanos, como no Rio de Janeiro e São Paulo, onde os gerenciamentos de plantão criaram métodos de reprimir e intimidar quem se atrever. Agora é a vez dos catadores de papel e produtos recicláveis.

Na manhã dessa quarta-feira 18 de Dezembro, um grupo de catadores, foi violentamente impedido de trabalhar em um Lixão - situado no bairro de Dom Antônio Barbosa – Campo Grande MS, gerando uma grande revolta e um combativo protesto e de enfrentamento contra a ação da tropa de choque da Polícia Militar, cavalaria e da Companhia de Gerenciamento de Crises e Operações Especiais – (Cigcoe). O aparato repressor chegou ao local, mostrando toda a sua determinação para impedir que os catadores entrassem no terreno para trabalhar, utilizando-se de: bombas de efeito moral, cães, bombas de gás lacrimogênio, tiros de balas borrachas e claro toda a costumeira truculência com que trata o povo pobre. O enfrentamento quando os trabalhadores tentavam impedir a entrada de dois caminhões da CG Solurb, empresa que venceu licitação bilionária e agora é responsável pela coleta de lixo.
Durante a combativa e justa resistência de cerca de mais de 100 catadores, com paus e pedras, contra a tropa de choque que contava com um efetivo de 53 policiais, a Polícia Rodoviária Federal teve de interromper o trânsito em parte do Anel Rodoviário, equipes do Samu e do Corpo de bombeiro foram para o local, para socorrerem os feridos no conflito.  “De acordo com a Defensoria Pública, foram presos Rodrigo Leão Marques, conhecido como Carioca; Éder Cirilo; José Welmar; e Flávio Juninho de Morais. José foi ferido no queixo e Flávio, no pé. A assessora da Defensoria, a jornalista Carla Gavilan, caiu durante a confusão e se machucou. A defensora Olga Lemos Cardoso de Marco recolheu as balas de borracha e disse que vai processar a empresa CG Solurb por dano moral e tortura. De acordo com Olga, os policiais disseram que levariam os feridos para a farmácia, mas o destino foi o camburão. Uma ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) está em frente ao lixão. Os bombeiros entraram no local.”
 Os manifestantes ainda apedrejaram um caminhão da Solurb – Empresa que “ganhou” a licitação para explorar a coleta seletiva de lixo por 25 anos – através do CG-Solurb, que transformará o Lixão em um aterro sanitário. Os catadores não aceitam a imposição do gerente municipal Nelson Trad Filho (PMDB) também conhecido como Nelsinho Trad assessorado por: PRB, PR, PDT, PP, PSB, PSDB, DEM, PV, PTN, PRP, PTC, PSC, PTdoB, PRTB, PTB, PHS, PSDC, PCB e PPS para gerenciar por duas vezes Campo Grande. O gerenciamento Nelsinho Trad e Cia querem na verdade usufruir do beneficiamento e da coleta seletiva do lixo - que antes não tinham valor e todos que trabalhavam nesse ramo era marginalizado, hoje, vem tomando forma com as ditas Cooperativas, que carregam em suas bagagens, sempre um apadrinhamento político e exclui os verdadeiros catadores, para beneficiar Ong’s e espertalhões, ou seja, o lixo virou luxo, por isso atacam o povo com todo o aparato repressivo, inclusive administrativo.
Relatos de muitos catadores, que afirmam apenas terem como fonte de renda a dura labuta e que já estão ha mais duas décadas - desde o início sobrevivendo. Os mais de 200 catadores sobrevivem do lixão que esta para ser desativado, por isso não aceitam deixarem o local e ir para a Usina de Triagem de Resíduos (UTR), além do mais a Cooperativa nem esta terminada, o que leva a crer, que muitos não terão como sobreviver. O  major Adilson Macedo afirmou que “a polícia interveio porque os catadores não poderiam ter impedido a entrada dos caminhões”. Como se os catadores fossem atender passivamente serem jogados pra fora de um lugar que é a garantia de suas sobrevivências. Já na reunião promovida em frente ao Lixão no dia anterior aconteceu uma reunião que contou com a participação de mais de 100 catadores e teve a presença do superintendente executivo da Solurb, Élcio Terra, eles deixaram claro o descontentamento diante da proposta de desativar o Lixão.
Após às 10h da manhã o lixão foi fechado. Sérgio de Sousa - vice-presidente da cooperativa dos catadores, disse “que não é contra o fechamento da área, mas disse que o acordo era a desativação do lixão só quando a Usina de Triagem de Resíduos (UTR) estivesse funcionando, pois seria lá que os catadores iriam trabalhar”.
A Defensora Pública Olga Lemos Cardoso de Marco disse que vai exigir danos morais e que irá entrar com um pedido para que o consórcio CG-Solurb, pague os dias parados dos catadores e cobrou providencias imediatas. Já o Superintendente da Solurb Élcio Terra, disse que necessitaria da compreençao dos catadores e um prazo de dois dias para cadastrar e fazer com que eles se adequem a Cooperativa, o que é de se duvidar, pois se em apenas dois dias, eles podem fazer funcionar a UTR, porque a PM foi chamada para retira-los do terreno?
Essa ação contra os catadores é mais uma prova da falência desse Estado Burguês-latifundiário, que esta decadente e por isso se utiliza sempre do aparato repressivo e o que nos aponta só uma saída a LUTAR!!! Pois sem luta, vamos ficar a mercê de todo seu descaso. A luta dos catadores de Campo Grande é parte integrante da luta do povo, por sua libertação do jugo dos exploradores e nós do Protesto Popular nos solidarizamos a eles e conclamamos todo o apoio possível.

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