As mulheres trabalhadoras e todo o povo exigem:
Cadeia para os torturadores do regime militar!
O MFP – Movimento Feminino Popular convida todas as companheiras para uma manifestação nacional de mulheres no dia 8 de março – Dia Internacional da Mulher Proletária. Celebraremos esta data histórica levantando a Campanha pela punição dos criminosos – mandantes e executores de torturas, as-sassinatos e desaparecimentos forçados – do regime militar.
Milhares de mães não tiveram o direito sagrado de enterrar seus filhos. E ainda hoje, 40 anos depois, vivem a tortura de não saber seu paradeiro. A luta incan-sável dos familiares, particularmente das mulheres, durante todos esses anos foi decisiva para não deixar cair no esquecimento esses crimes hediondos e manter erguida esta bandeira. O MFP empunha esta bandeira que faz parte da luta por uma nova e verdadeira democracia. É hora das massas de mulheres e todo o povo exigirem em alto e bom som: Punição para os torturadores!
O regime instalado no país com o golpe militar-civil em 1º de abril de 1964 foi uma imposição do imperialismo ianque (Estados Unidos) a fim de barrar as a-meaças de perder o controle sobre as fontes de matéria prima, força de trabalho barata e mercado cativo para seus monopólios no Brasil. Para assegurar este controle insuflaram, orientaram e apoiaram o regime dos “gorilas”, que atacou a todos opositores impondo por mais de 20 anos sobre a nação e o povo um re-gime de terror, perseguições, prisões, torturas, assassinatos e desaparecimen-tos forçados.
Lideranças populares foram presas. Organizações democráticas colocadas na ilegalidade. As Ligas Camponesas perseguidas e destruídas. Fazer greve era ilegal e sindicatos sofreram a intervenção do regime. Se organizar politicamente era proibido. A imprensa foi censurada. Muitos jornalistas foram perseguidos, jornais e revistas fechados. Professores, cientistas, artistas também foram per-seguidos.
Um Estado de Sítio permanente foi instaurado, sob uma verdadeira atmosfera de terror. O famigerado Serviço Nacional de Informações (SNI) recrutou cente-nas de milhares de funcionários públicos para espionar pessoas por todo o país. Orientados pelas agências do governo ianque, instalaram nos quartéis verda-deiros centros de tortura. Nestes porões eram usados equipamentos para apli-cação de choques elétricos, afogamentos, pau-de-arara, porretes, entre muitos outros horrores. As prisioneiras sofreram todo tipo de abusos e humilhações, foram estupradas e mutiladas. Pais e mães sofriam estas crueldades na frente de seus filhos ou eram obrigados a assistir torturas de companheiros e entes queridos. Todo o tipo de atrocidade de lesa humanidade foi perpetrado por es-ses sanguinários.
Os mandantes e executores destes crimes bárbaros têm as mãos encharcadas de sangue. Estes gorilas perseguiram, prenderam, torturaram, assassinaram, fizeram desaparecer os melhores filhos do nosso povo. Isto não pode ficar im-pune! Nós, mulheres trabalhadoras, ex-presos, torturados, mães de família, filhas e filhos, familiares, militantes, que tiveram suas famílias destruídas, todo o povo explorado e oprimido, exigimos justiça!
Estes torturadores continuam circulando livremente, com gordas aposentadorias e ocupando altos cargos no Estado brasileiro e suas forças armadas. Este é o mesmo Exército que segue assassinando no Haiti e nas favelas do Rio, como ocorre agora no Complexo do Alemão, onde o Exército assassinou recentemen-te uma criança. Enquanto isso, os aparatos de perseguição e tortura contra o povo pobre só têm se sofisticado e novas políticas repressivas, presididas por traidores, como Dilma e Genuíno, seguem massacrando o povo pobre nas vilas, favelas, nos campos e nos presídios e delegacias do país.
Na Argentina, Chile, Uruguai e outros países, graças à mobilização popular, generais sentaram nos bancos dos réus e foram condenados à prisão perpétua. Se não nos levantarmos com um grande movimento de massas pela punição destes facínoras permitiremos que eles sigam torturando e assassinado impu-nemente. Acertar contas com esses carrascos é continuar a luta por uma nova e verdadeira democracia.
Convocamos todas neste dia 08 de março para uma grandiosa e combativa manifestação. Marcaremos esse dia histórico exigindo de forma contundente: Cadeia para os torturadores do regime militar!
Contato: mfprj@yahoo.com.br
Contato: mfprj@yahoo.com.br
Viva o 8 de março: Dia Internacional da Mulher Proletária!
MFP - Movimento Feminino Popular
Manifestação no dia 8 de março
Concentração às 13 h no Campo de San-tana
(Praça da República – em frente à Central do Brasil- RJ)
(Praça da República – em frente à Central do Brasil- RJ)
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